quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Entrevista com Rui Alcides sobre a transposição do São Francisco

"Muita besteira se fala por aí. Uns dizem que o Nordeste está cheio de água subterrânea, outros que o problema da água pode ser resolvido com a implantação de cisternas, açudes e barreiros. Será que ninguém percebe que a água que falta no semi-árido é a água para o desenvolvimento seguro de atividades econômicas."
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Rui Alcides-
2001
RUI ALCIDES DE CARVALHO JUNQUEIRA
Engenheiro Civil, especializado em hidrologia, em análise econômica, social e ambiental de projetos.
Mestre em Planejamento e Desenvolvimento de Recursos Hídricos.
Coordenador de Projetos do GEF/PNUMA/OEA/ANA,
Assessor do Presidente da CODEVASF e Coordenador do Projeto Semi-Árido.

Geofiscal: Rui, explica pra gente, em síntese, no que consiste o Projeto de Transposição das águas do Rio São Francisco?

Rui Alcides:  A CODEVASF entende que o Projeto de Transposição das águas do São Francisco é uma pequena parte do Plano de Desenvolvimento da Bacia do São Francisco e do Semi-Árido Nordestino. É preciso entender que para se reverter o quadro de miséria que perdura por muitos anos na região semi-árida do Nordeste é necessário um conjunto de ações multissetoriais coordenadas e articuladas com as instituições federais, estaduais, municipais e a iniciativa privada. Temos que pensar em modificar a cultura tecnologica das atividades econômicas lá aplicadas. Temos que implantar as infra-estruturas necessárias para que a iniciativa privada tenha interesse em produzir e conseqüentemente gerar emprego. Temos que mudar o paradigma do Semi-Árido, de região problema para região potencial. Aquilo é uma grande estufa natural que pode se tornar no grande celeiro do mundo na produção de alimentos, como frutas, peixe, na produção de bens de consumo de material natural, como o carpete de sisal, a pele de caprinos na indústria de confecções e muitas outras atividades. E para que esse sonho vire realidade é necessário que nós todos enxerguemos aquela região com outros olhos.

Geofiscal: Qual a principal dificuldade que o Plano tem enfrentado para sua  implantação?

Rui Alcides: O Plano de Desenvolvimento já foi deflagrado. Já estamos trabalhando a 8 anos. Nunca paramos. As dificuldades são inerentes da missão. Mas elas serão ultrapassadas. Como já disse, o Plano não é uma pilha de papel, é uma atitude. A CODEVASF está engajada nisto, e muitos políticos e outras instituições já estão trabalhando no Plano. Nesse trabalho, além das boas idéias, temos que ter paciência, persistência e muito trabalho. Quem determina a velocidade da implantação das ações não somos nós, mas os tomadores de decisão que conseguem perceber o caminho correto. Se tivermos um Presidente da República que reconheça o caminho certo e apóie, rápida será a implantação. Mas independente de Presidentes, o desenvolvimento ocorrerá.

Geofiscal: Quais os benefícios sócio-econômicos desse Plano?

Rui Alcides: A transposição deve ser vista como o aumento da garantia do fornecimento de água em qualidade e quantidade suficiente para manter de forma sustentável as atividades econômicas e sociais da região semi-árida assentada no cristalino. Muita besteira se fala por aí. Uns dizem que o Nordeste está cheio de água subterrânea, outros que o problema da água pode ser resolvido com a implantação de cisternas, açudes e barreiros. Será que ninguém percebe que a água que falta no semi-árido é a água para o desenvolvimento seguro de atividades econômicas. Mas que a água também não é o único problema. O Semi-árido tem cerca de 850.000 km² e em 2020 terá uma população economicamente ativa de 15 milhões de pessoas. Essas pessoas vão nascer e crescer, e terão que viver. Ou sobrevivendo como as que lá estão hoje, ou virando marginal nas grandes cidades, ou degradando o meio ambiente tentando tirar o sustento, como lenha, carvão, desmatando a caatinga para plantar milho e feijão que não vinga. Ou, se conseguirmos mudar o paradigma das autoridades, dos dirigentes, dos técnicos e dos que lá vivem, viver em prosperidade. Porque é possível. O Plano formulado pela CODEVASF não é um documento de papel, é uma atitude, um processo de articulação e implantação de ações necessárias para o desenvolvimento. E custa muito dinheiro, tanto quanto para salvar um banco. A questão é a diferença entre ser monetarista ou ser desenvolvimentista. A Argentina só tinha monetarista, e aqui no Brasil tem um ninho cheio deles. Não são mau intencionados, apenas pensam diferente. Mas essa brincadeira pode custar muito caro. O benefício que pode resultar da nossa proposta é a geração de emprego, o aumento da renda, o atendimento das necessidades básicas da população, só para começar, e depois a consolidação de pólos de desenvolvimento. 

Geofiscal: Como está a saúde do Velho Chico? Ele não estaria cansado de tanto uso, abuso e agressão sofrida? Ele resistiria à essa Mega-Transfusão?

Rui Alcides: O Velho Chico está enfermo, principalmente no Baixo São Francisco. As águas cristalinas que saem das barragens não são boas para a ictiofauna, e a foz está em processo de modificação. No Submédio está havendo a formação de um delta, resultado da grande massa de água do reservatório de Sobradinho. Mas temos que pesar os estragos e os benefícios. A geração de energia causou muito mais benefícios do que danos. Os alarmistas de plantão estão reclamando da expansão da agricultura, na destruição das matas ciliares, conseguiram até formalizar um núcleo de desertificação chamado Cabrobó. Estudos recentes de mapeamento do uso da terra demonstram que não existem áreas degradadas, as matas ciliares dos afluentes estão no lugar, o núcleo de desertificação foi um engano na interpretação das imagens de satélite, e uma confusão nos parâmetros adotados, lá está bem obrigado. Mas o que não falam é do conflito de uso da água, irrigação X geração de energia X navegação, que já é uma realidade. Não se fala no descontrole das cheias que destroem casas e benfeitorias no Alto e no Médio São Francisco. Não falam da degradação da caatinga e do cerrado causado pela ação dos desempregados, flagelados da seca, dos vaqueiros sem rebanho. Não falam do aumento da população dos pescadores X o rio. Não falam da pobreza dos Piauienses por falta de infra-estrutura e tecnologia apropriada. Mas tudo tem solução. Os pescadores podem se transformar em piscicultores, as águas cristalinas podem ser adubadas, as cheias podem ser controladas, as sedimentação no novo delta podem ser compensadas com maior volume de água regularizada, os vaqueiros podem se transformar em pecuaristas de rebanhos confinados, em fruticultores, trabalhadores da agroindústria, trabalhadores da indústria de turismo. Em fim, temos que derrotar os irresponsáveis que impedem o desenvolvimento. O São Francisco terá que ser reforçado para poder atender a demanda do semi-árido. Não podemos esquecer que o semi-árido está em Alagoas, em Sergipe, na Bahia, em Pernambuco, no Piauí(pequena parte), e no Ceará, na Paraíba e no Rio Grande do Norte(pequena parte)

Geofiscal: Há estudos sobre os impactos ambientais do Projeto de Transposição das águas do Rio São Francisco? Quais os pontos que você destacaria como relevantes?

Rui Alcides: Os estudos ambientais da Transposição estão em fase de conclusão. Impactos negativos ocorrerão, não há dúvida. Porém estamos fazendo um estudo do impacto da miséria na região. Afora o flagelo das pessoas, o meio ambiente está exposto à degradação. Hoje detectamos algumas áreas(menores de 10 km²) degradadas. Elas podem aumentar se nada for feito. E a saída não é mandar polícia não. É mandar emprego. A degradação nos grandes centros urbanos, causada pela migração de flagelados e desempregados(vaqueiro no asfalto) também é um impacto negativo da situação atual do semi-árido.

Geofiscal: O fundamento teórico do Projeto de Transposição fluvial poderia ser aplicado a outras bacias hidrográficas?

Rui Alcides: Sim. Em outros Países isto já é feito a muito tempo. A visão da 9433 não pode servir de antolhos para distorcer a imagem de um Brasil único. As bacias hidrográficas separam as riquezas hídricas por uma questão de geomorfologia natural. O Homem tem intelecto para transpor essas barreiras. As águas são abundantes em certas regiões e escassas em outras. Vejam bem o mapa do Brasil. O Alto São Francisco está em uma região úmida, assim como as bacias vizinhas a ela (Paraná e Tocantins). Existem excedentes de água, nessas bacias vizinhas, que durante quatro meses do ano vão para o mar sem nenhum aproveitamento. E o São Francisco corre em direção Norte e entra na região semi-árida. O rio São Francisco liga uma região úmida a uma região seca. Se ficarmos apenas na contemplação desse acidente geográfico, não nos comparamos aos primeiros humanos que viviam dormindo nas árvores e comendo do que a natureza dava, e que um dia resolveram descer das árvores.

Geofiscal: Como você vê o atual movimento ambientalista brasileiro?

Rui Alcides: A sociedade necessita desses movimentos para mudar, para evoluir. O movimento ambientalista é responsável por mudanças importantes nas atitudes da nossa sociedade com respeito à natureza. O capitalismo selvagem, da lei do mais forte, não existe mais no campo da engenharia. A CODEVASF atende plenamente a todos os requisitos das exigências legais e não legais de proteção ao Meio Ambiente. Porém temos um lema, “os seres humanos estão no centro das preocupações sobre desenvolvimento sustentável e têm direito a uma vida saudável, produtiva e em harmonia com a natureza – Eco 92 – Rio de Janeiro – 3 a 14 de junho de 1992”. Existem os oportunistas que fazem disso um negócio, um emprego. A sorte nossa é que são poucos.

Geofiscal: E o IBAMA? Ele tem sido seu parceiro nesse Projeto?

Rui Alcides: Em novembro de 1998 realizamos, aqui em Brasília, na sede da CODEVASF, um workshop , onde convidamos instituições federais para discutir e apresentar alternativas para o Plano. Os representantes do IBAMA entenderam bem o recado e apresentaram alternativas de atividades econômicas no meio rural do semi-árido sem degradação ambiental. O Plano é um convite a participar de uma conspiração contra o subdesenvolvimento de regiões. Não nos faltam parceiros.

Geofiscal: E os Recursos Hídricos em nosso País?

Rui Alcides: Somos um País privilegiado em Recursos Hídricos. Devemos utilizá-los como uma vantagem comparativa. Mas pensando em um futuro longínquo, as pessoas estão preocupadas com a falta de água no planeta. Muitos utilizam das porcentagem para dizer a quantidade de água doce no Planeta. E eu pergunto: O nosso Planeta não deveria mudar o nome de Terra para Água? Com tanta água disponível, como podem estar pensando em falta de água? É que o pensamento da maioria das pessoas está calcado na tecnologia hoje disponível. Mas essa despreocupação não me permite entender porque em São Carlos-SP, onde temos uma das maiores universidades do País, onde conseqüentemente estão alguns dos intelectuais do nosso País,corre um rio limpo a montante da cidade e um esgoto a jusante dela. Como se não existisse mais nada depois dela. Isso se resolve com atitudes e não apenas com lei. São as atitudes de um povo que constroem uma nação. Contemplativos, Monetaristas, Capitalistas, Socialistas, Naturalistas, Desenvolvimentistas, Ambientalistas, Anarquistas, Revolucionários, Românticos, Realistas. Temos que pensar em o que queremos, aí saberemos o que temos que ser. Recursos Hídricos é apenas um detalhe.
Rui Alcides de Carvalho Junqueira - ruia@codevasf.gov.br  

terça-feira, 4 de julho de 2017

O HOMEM QUE COPIAVA, SEM ASPAS.



O HOMEM QUE COPIAVA, SEM ASPAS.

Custaram 50 anos da minha vida para eu entender que eu era copiado em tudo que eu fazia, por um bando de intelectuais, filósofos, pensadores, etc..., e tudo sem eu saber.

A construção dessa constatação começou quando eu, na Universidade, estava iniciando minha monografia, e meu “orientador” me apresentou uma lista de livros e autores que eu deveria ler para ficar sabendo do assunto que eu teria que desenvolver.

Êpa! Peraí! Se eu já tenho o assunto que eu mesmo escolhi, se já estou em campo comprovando e conhecendo os fatos que devo levantar e os que não devo. Se estou aprendendo com o fazer, com o ouvir as pessoas que viveram o fato. De que me serviria ler outros sujeitos que passaram pelas mesmas experiências que estou passando agora? Copiá-los? Seguir caminhos distintos somente porque um outro já vivenciou aquilo?
Não! Absolutamente não! Não quero copiar e nem evitar caminhos coincidentemente já percorridos. Não abro mão de viver essa minha nova realidade e oferecer-lhes a minha visão. A não ser que a regra seja de não se poder fazer observações e conclusões diversas das já estabelecidas como verdade...

E, fugindo cotidianamente dessas regras acadêmicas engessantes, me formei.

Mais tarde, já lecionando, sempre de uma maneira própria, criativa, interagindo com os alunos, explorando o seu potencial, trazendo para dentro da sala as experiências vividas por cada um, vieram me acusar de estar copiando Paulo Freire. Ora bolas!

Para fugir disso, fui tentar explorar a formação psicológica e o meio sociológico do aluno, e começaram a achar que eu estava lendo Vigotsky demais...

Quando, eu, instintivamente respondia à uma pergunta com outra mais esclarecedora ainda, fazendo o interlocutor repensar suas dúvidas, diziam que eu estava querendo imitar Sócrates. Carái Véi!!!!!

Aí, já inserido no meio acadêmico, seguindo a moda e a nova ordem mundial, virei eco-louco. E estava eu tentando me filiar à uma ONG ambientalista, quando eu vi na TV a Giselle Bintchem pedindo pra eu fazer xixi no box, tomando banho... Caraca!!! Tá me pedindo uma coisa que eu sempre fiz desde garotinho em Campos/RJ...

Então, apavorado larguei a Universidade e fugi para a música. E comprei um piano. E comecei a tocar de ouvido, mas com as mãos. E não é que um sujeito, ao me ouvir tocando, me confidenciou que minhas notas lembravam Guilherme Arantes. Aí foi a gota dágua!!! Chega!!!

Como posso ser eu mesmo? Onde reside o espaço da liberdade de se poder criar, de se ter autenticidade, mesmo que repetindo, ou tangenciando que seja, feitos já realizados por outros, por onde eu possa caminhar?

Quer saber? Vou continuar a criar meu próprio fazer e meu próprio ser. E vocês... que fiquem a vontade para me rotular, para me classificar, desclassificar, comparar, criticar...

Quer saber também? Daqui para frente não uso mais as “aspas” em frases. Não sou mais refém de frases, de provérbios, de pensamentos que não tive a oportunidade de montá-los antes daqueles que me antecederam.

Eu sou eu! Eu sou único! Eu sou o velho! Eu sou o novo!

Mauro Zurita - 2015

sábado, 19 de dezembro de 2015

Alvorada - Cartola

Alvorada lá no morro que beleza, ninguém chora, não há tristeza, ninguém sente dissabor...

sábado, 8 de fevereiro de 2014

ERA UMA VEZ NO IBAMA

Era uma vez no IBAMA.
Usuário: Alô? É do IBAMA? É que apareceu um filhote de passarinho no meu quintal...
IBAMA: Sim...
Usuário: E eu queria saber se posso cuidar dele?
IBAMA: Não! O Senhor não pode cuidar dele. Deixe que a mãe dele faça isso!
Usuário: Mas eu acho que ele caiu do ninho...
IBAMA: Sim! É normal filhotes caírem do ninho. Inclusive há mães que jogam o passarinho para fora do ninho para não comprometer os outros filhotes, em caso de doenças ou outra situação.
Usuário: Mas parece que ele caiu do ninho porque as crianças sacudiram a árvore.
IBAMA: Então deixa ele lá que a mãe vai cuidar dele.
Usuário: Mas os meninos pegaram o passarinho e trouxeram para o meu quintal.
IBAMA: Então pede para eles colocarem o passarinho no lugar onde pegaram.
Usuário: Mas se eles colocarem lá ele vai morrer. Tem uma gambá que anda toda noite por aqui.
IBAMA: Sim, provavelmente! Gambás comem passarinhos.
Usuário: Mas então eu não posso cuidar dele para que ele não morra?
IBAMA: Não!
Usuário: Então tenho que deixá-lo morrer no meu quintal?
IBAMA: Não! O senhor pode colocá-lo em algum terreno baldio próximo ao ninho.
Usuário: Mas a gambá certamente vai encontrá-lo e comê-lo.
IBAMA: É... certamente não sei, mas provavelmente sim!
Usuário: E se eu levar o passarinho aí no IBAMA?
IBAMA: Infelizmente o Sr. não pode ficar andando com o animal pela cidade. Vai que uma fiscalização pega o senhor, e como irá justificar a posse do animal?
Usuário: Então venham buscar o passarinho aqui em casa.
IBAMA: Infelizmente os procedimentos administrativos para o IBAMA ir até a sua casa são demorados e deve consumir alguns bons dias. Ligue para a prefeitura de sua cidade e veja se eles podem ajudar de alguma forma.
Usuário: A prefeitura aqui não faz nada pelos animais.
IBAMA: .......... (silêncio)
Usuário: Quer dizer que, mesmo assim, eu não posso ficar com ele.
IBAMA: Não! Este animal não está legalizado.
Usuário: E como eu posso legalizá-lo?
IBAMA: Não há como!
Usuário: Mas o meu vizinho tem um passarinho que foi legalizado pelo IBAMA.
IBAMA: Então o Sr. pergunte a ele como foi que legalizou e faça igual.
Usuário: Ele me disse que pagou 150 reais a um amigo e assinou uma procuração para legalizar junto ao IBAMA. E ele recebeu 2 anilhas, só que elas eram pequenas, então ele alargou as anilhas com uma ponteira e colocou nos passarinhos. Tem numeração e tudo.
IBAMA: Mas isso é ilegal!
Usuário: Mas o senhor me deu a orientação de “fazer igual a ele”.
IBAMA: Se o senhor fizer isso também estará ilegal!
Usuário: Mas o meu vizinho está com um passarinho. Mesmo ilegal, mas está, e eu não posso?
IBAMA: Então me passa o endereço do seu vizinho?
Usuário: ........ (silêncio)
Usuário: Então só me resta rezar pelo passarinho para que ele não morra?
IBAMA: .............. (silêncio)
Usuário: Alô?
IBAMA: Senhor, qual é o endereço do seu vizinho por favor?
Usuário: ......... (silêncio)
A ligação caiu...


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Algumas questões que envolvem esse tema, podem e devem ser refletidas/debatidas:

1 – O PAPEL DO IBAMA EM RECOLHER/TRATAR ANIMAIS SILVESTRES:
É papel do IBAMA? Se for, tem que haver estrutura, equipamentos, mobilidade administrativa, etc... Para o IBAMA mobilizar uma equipe para recolher animais não é tarefa fácil, ou melhor, não existe a menor possibilidade em se falando de procedimentos legais, a não ser em raríssimos casos, quando o local está bem próximo da Sede, e só. É preciso ter uma estrutura semelhante a do Corpo de Bombeiros. As ONGs possuem maior flexibilidade administrativa e financeira para fazer esse papel de recolher animais, tratar e dar o melhor encaminhamento.

2 – AS AÇÕES DE LEIGOS E SUAS VISÕES ROMÂNTICAS NO TRATO DE ANIMAIS SILVESTRES/QUESTÕES AMBIENTAIS. A legislação que protege os animais silvestres visa também protegê-los do homem. Geralmente o leigo não pode ver uma capivara no rio de sua cidade que quer logo retirá-la de lá, então chama o IBAMA. Se, vê uma cobra atravessando a rua, uns querem matá-la, outros querem recolhê-la e levar ao IBAMA. Não conseguimos assistir passivos à uma cena de uma gaivota comendo uma tartaruguinha. Queremos logo protegê-la. Uma jaguatirica caçando um filhote de veado. Um gavião perseguindo um passarinho... Tratamos logo de interferir nesse processo natural de sobrevivência, de seleção natural, de dinâmica da cadeia alimentar... Queremos assumir o papel de Deus nesse contexto interferindo na natureza.
As denúncias que o IBAMA recebe, em sua maioria, são motivadas por interesses “menores”, quase sempre de interesse pessoal: Esposa traída denuncia o marido que cria passarinho ilegal... O vizinho denuncia o outro porque a maritaca faz muito barulho, não porque pode estar sendo maltratada... O cidadão denuncia o corte de um eucalypto (que é espécie exótica) só porque ele não aguenta ouvir o barulho da moto-serra, ou aquela cena (triste em nosso imaginário) de uma árvore caindo, mas não se importa com o desmatamento que ocorre na amazônia. Briga com o vizinho porque ele queima folhas secas à tarde no quintal, mas você acha normal soltar seus fogos nos dias de jogos do seu time, nas festas de aniversário e no reveillon... e por ai vai.

3- A legislação de proteção para animais silvestres é bem diferente do trato com animais domésticos. Receber um cachorro, um gato, um pintinho, etc... de uma pessoa e criar em casa é uma coisa. Receber um animal silvestre (papagaio, lagarto, maritaca, preá, jabuti, saracura, etc) é outra coisa. Isso não pode, ou até pode, mas tem algumas restrições que a lei exige, com prévia autorização. Insistir nessa situação e ficar ilegal, sujeito à multas... Quem analisa o bom senso das pessoas não é o Fiscal/Polícia, mas o Juiz.  Então não espere que um Fiscal ou Policial tenha o bom senso de relevar suas atitudes (erradas do ponto de vista da lei) no trato com animais silvestres, mesmo que sejam as melhores possíveis. Querer que o Fiscal/Policial tenha o direito de analisar o bom senso das pessoas é abrir caminho para os “desmandos”... Se, entendemos que a legislação é falha, temos que trabalhar para mudá-la e não pedir que o Fiscal/Policial deixe de aplicá-la. Assim, aos olhos cegos da lei não se pode levar um animal silvestre para casa, mesmo que seja para tratá-lo temporariamente. Nenhum servidor do IBAMA poderá garantir que essa pessoa não seja molestada por uma fiscalização ambiental, por um fiscal sem o “bom senso”.

4- ATITUDES LEVIANAS DE SERVIDORES QUE INFRINGEM AS NORMAS ADMINISTRATIVAS VISANDO O “BOM SENSO” (VISÕES ROMÂNTICAS)
É muito comum no IBAMA encontrar servidores que se arriscam cometendo atitudes ilegais (fora das normas administrativas) visando o pronto-atendimento às demandas da sociedade, principalmente nessas questões de fauna. Fazer serviço externo sem os trâmites burocráticos necessários (autorização para utilizar viatura, ordem de serviço, solicitação de diárias, etc...),  recolher o animal e levar para sua residência para melhor tratá-lo...; Confiar o animal a terceiros sem emitir qualquer documento legal (fiel depósito), etc...; Dar autorizações, mesmo que por telefone, a terceiros para ficarem com animais silvestres em sua posse, entre outras tantas leviandades, e que quase sempre terminam em processos administrativos internos, mesmo que eivados de “bom senso”.

Acho que agora, você possa entender melhor o que o servidor do IBAMA quis dizer ao telefone, para o usuário...

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

E agora depois da farsa do aquecimento global?



E agora que os cientistas estão admitindo que estamos entrando numa nova era glacial?
 
O mundo todo foi enganado, meu caro! E com a queda do muro de Berlim, o capitalismo passou a nadar de braçada!
O aquecimento global, o buraco na camada de ozônio, os níveis de CO2, os derretimentos das geleiras do ártico, fenômenos que sempre foram naturais e cíclicos; agora passavam a ser causados pelo homem.
E para fazer valer essa farsa algumas providências eram necessárias:
Legitimar essa farsa através do IPCC e da ONU.
Derramar grana sobre técnicos que se prestassem a defender essa farsa em seus projetos, e negar recursos aos que se opunham a isso.
Diretamente sobre o ambientalismo brasileiro também foram tomadas algumas providências pontuais:
Uma delas foi abrir a questão ambiental para a “massa”.  O que antes era tratado por especialistas, agora era de domínio da população leiga: A questão ambiental! Qualquer cidadão que se propusesse a recolher e exterminar um caramujo africano era considerado Ecologista! Salvem as baleias!!! Salvem os botos cor de rosa!!! Salvem os golfinhos!!! Salvem as tartarugas!!! Salvem os sapinho e os micos leões dourados!!! E injeta grana nas ONGs!!!
Enfim, o meio ambiente estava em tudo! Era tudo! E por ser tudo, se desfazia em nada!
No IBAMA, particularmente, trataram de encostar os Engºs Florestais e Agrônomos que sempre tratavam de desenvolvimento e produção. Era a vez dos Biólogos que se prestavam mais a se debruçarem sobre os microscópios, coleiras, pulseiras e radares para monitorar os sapinhos flamenguistas e correrem atrás das antas... sem se preocuparem com as questões sociais.
Passaram a cuidar dos bagres ao invés das hidrelétricas. Criar, de qualquer forma, as Unidades de Conservação sem se preocuparem com as populações tradicionais (atingidos pelos Parques). Cuidar das tartarugas em detrimento dos pescadores. Fabricar ícones e vender aos turistas com o suor da massa trabalhadora de mão-de-obra barata. E o projeto Tamar feliz da vida mostrando que com a venda das camisetas das tartarugas, nos shoppings centers, finalmente o pescador podia comprar um fogão e um aparelho de som! Maravilha de progresso social!!! Sem esclarecer que os grandes conglomerados  internacionais pesqueiros continuavam a matar milhares de tartarugas em alto mar...
E abriram concurso para Analista Ambiental do IBAMA onde só precisava ter o 2º Grau completo. Era o que faltava para os ecologistas invadirem os órgãos ambientais do governo. Bastava ter um “QI” alto, uma “consciência ambiental” e pronto. Estava estabelecida a nova ordem mundial: O preservacionismo!
Mas e agora? Como vai ser quando essa farsa se consolidar e o IPCC etc... caírem em descrédito? Com vai se comportar o mercado? O que será dessa indústria ambiental que gera muita grana? Como vão sobreviver aqueles que, feito rêmoras, comem as migalhas e sobras dos grandes tubarões? É esperar para ver, meu caro! Esperar!
Mauro Zurita Fernandes - Geógrafo

quinta-feira, 28 de março de 2013

Para pensar o desenvolvimento sustentável

Interessante essa questão da "Visibilidade" identificada por Marcel Bursztyn no livro "Para Pensar o Desenvolvimento Sustentável", ao se referir às ações ambientais dos Órgãos do Estado numa tendência de desvio do foco dessas ações dos fins para os meios, dos atos para os atores, causado segundo ele, pelo efeito colateral do crescimento vertiginoso da consciência sócio-ambiental. Um bom exemplo disso é o caso do criadouro comercial de javalis instalado dentro e no entorno de várias Unidades de Conservação estaduais e municipais em Nova Friburgo/RJ.

Quem tem a oportunidade de ler os processos de licenciamento, de solicitação de supressão de vegetação e de Auto de Infração referentes ao caso, percebe que trava-se na verdade uma guerra de atribuições de responsabilidades, entre todos os atores envolvidos, enquanto que o problema em si (Javali x Bioma - ou seja: a atividade comercial versus proteção ambiental) vai sendo preterido.

Outra questão interessante que o autor coloca muito bem nesse livro é o processo suigeneris de criação da SEMA e do IBAMA e o seu papel centralizador das políticas ambientais inclusive de setores produtivos, num contraponto com o neoliberalismo praticado com mais ênfase nos últimos 15 anos, promovendo o seu enfraquecimento, deixando perplexo o Estado que se vê no "dilema shakesperiano" (Ser ou não ser atribuição do setor público).

Então a gente começa a entender que esses mecanismos burocráticos do dia a dia da Instituição no trato das demandas sócio-econômicas do IBAMA, e eu volto ao caso dos Javalis, está inserida nesse modelo caótico de gestão cujos atores envolvidos assimilando as incongruências do processo, passam a responder no mesmo grau de ineficiência, permitindo assim que as questões de interesses setoriais fortes possam se sobrepor aos interesses ambientais.

A questão dos transgênicos e o surgimento do Instituto de Florestas vem explicar um pouco esse processo que quer nos mostrar que talvez estejamos vivendo o momento de retomada da visão empresarial do uso dos recursos naturais.
Assim, enquanto o governo não promover uma ampla reforma das Instituições públicas definindo seus papéis nesse novo contexto político, restará a todos nós caminhar no meio desse pântano de solo instável onde uma e outra pedra, podendo ceder a qualquer peso mais incisivo, poderá levar o incauto aventureiro para um chão de lamas.

É preciso dar uma Identidade ao IBAMA e definir claramente o seu novo papel no atual quadro político brasileiro. E isso só poderá ocorrer quando o Governo definir claramente qual o seu papel nesse contexto.

Mauro Zurita Fernandes
Analista Ambiental/IBAMA-Nova Friburgo/RJ.

Novembro de 2004.
 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Lambari ou peixe graúdo?

"pegar lambarizinho é muito mais fácil que pegar peixe graúdo".
"até agora a polícia está prendendo apenas os peixes miúdos enquanto os graúdos
estão soltos." Luiz Inácio Lula da Silva - Presidente do Brasil / 27/03/2003.
O GLOGO - 28/03/2003 pág. 4
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"A vez do socioambientalismo"

A relação homem - recursos ambientais assume algumas particularidades e está diretamente ligada às classes sociais e conseqüentemente à forma como se processa essa relação.

A população pobre, que geralmente mantém uma relação de ponta, direta e efetivamente alteradora do meio natural, que se situa na base da pirâmide social, é a que está, e sempre esteve, mais exposta ao raio de ação das Instituições ambientais fiscalizadoras. (Veja que no tráfico de animais silvestres, por exemplo, a grosso modo, o pobre captura/transporta, o médio distribui e o grande coordena). E os Órgãos ambientais não possuem capacidade técnica, nem o costume cotidiano em suas ações, de tentar atingir o topo dessa pirâmide.

Prendem-se o peão que corta o mogno e não o Barão exportador.  Multam-se o produtor rural, posseiro, meeiro, e não o latifundiário residente na capital. Multam-se quem captura, transporta o animal silvestre e não aquele que exporta e/ou recebe lá fora, a carga.

Um parêntese: (No contraponto, porém ainda numa política protecionista dos mais
privilegiados, aparece agora a figura da pessoa jurídica. 50 milhôes que incidem sobre o nosso Petróleo, pois não se podem multar os responsáveis físicos poluidores de uma baia.)

Essa relação do pobre com o meio ambiente geralmente é vital. É embasada em modos de sobrevivência. É uma forma da qual ele não tem como abrir mão, visto que não há, à sua disposição, meios alternativos nessa relação para a qual ele possa migrar.

Assim essas classes menos favorecidas têm sido, desde muito tempo, o alvo natural, e mesmo inconscientemente preferido dessas Instituições ambientais de fiscalização.

Se somarmos a isso, a nova Lei de Crimes Ambientais que, de certa forma, sob uma ótica oblíqua de seu entendimento, potencializa as penas e multas nesse segmento, poderemos imaginar o poder de destruição de uma classe social que se pode produzir a partir de um projeto de execução leviano alimentador de injustiças.

Sinceramente, me recuso a imaginar que o IBAMA criou a classe de Analistas Ambientais dando-lhes poderes de fiscalização, que não seja para revolucionar esse atual modelo de fiscalização arcaico e decadente.

Por uma fiscalização mais técnica!

Mauro Zurita Fernandes

Em 2008.

sábado, 24 de março de 2012

Brincando de "Pirâmide Social"


Então, no caso das inserções de indivíduos/grupos em nossa pirâmide social onde colocaríamos os nossos índios?

Um Pajé, por exemplo, que teria o mesmo papel de um médico ou psicólogo, onde seria inserido? E o Cacique? E o índio comum? E a índia mais bonita e gostosa que quisesse posar nua? Onde seriam incluídos?

O PROJETO TAMAR já teve essa experiência de inclusão e colocou os pescadores mais influentes da Bahia como "Fiscais das Tartarugas" ganhando 90 reais por mês.

E um extraterreno que chegasse na Terra com muita tecnologia e poderio bélico invejável? Seria assessor de Presidênte da República?

E se encontrássemos, na lua por exemplo, seres humanos inferiores e trouxéssemos para a Terra, em que classe enquadraríamos eles? Não é pra responder... é só pra
refletir...

Zurita

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Vamos reciclar nossos conceitos?

Devemos ficar preocupados com o que, e de que forma estamos usando a Educação para o Meio Ambiente em nosso país. Que papel, nós Educadores, estamos exercendo? Qual o conteúdo, o método, forma e foco utilizados e os objetivos que estão sendo alcançados e se têm havido efeitos colaterais?...


Então, segue abaixo uma coleta seletiva de lixo:

Por exemplo: Não se falam dos benefícios do plástico. Mas estou cansado de ouvir dizer, de forma crítica, que o plástico demora 300 anos, ou mais sei lá, para se decompor.
Graças a Deus que é dessa forma, senão as instalações hidráulicas e elétricas que fiz em minha casa teriam que ser refeitas periodicamente.
A garrafa "PET" tem sido usada como símbolo do preço negativo do "progresso". E dessa forma queremos reaproveitá-las para tudo, sem saber que esse reaproveitamento inviabiliza a sua reciclagem. Até árvore de natal ensinam a fazer, com elas. Só que essas árvores de natal vão ser postas lá nas pracinhas das favelas e não na lagoa Rodrigo de Freitas. E esquecemos que o PET, além de viabilizar economicamente o transporte de produtos, não produz "chorume", não contamina o solo, não emite gases, não envenena os peixes, não assoreia as coleções hídricas etc... da forma que imaginamos os outros lixos. Mas basta poluir o visual e pronto! É tudo o que a sociedade não quer ver...
Você compraria um armário duplex em madeira aglomerada? Você paga mais caro porém prefere um armário em cedro, imbuia ou mogno maciços, proveniente da Amazônia. Da mesma forma acho que você não construiria o telhado de sua casa com madeira de eucalyptus, mesmo tratada. Muitos preferem, ainda, não arriscar e usar a maçaranduba.
Você não compra, na feira ou no mercado, aquele tomate nanico e cheio de pintas pretas, não é mesmo? Prefere os maiores, durinhos, brilhosos e sem manchas, provavelmente resultado do intensivo uso de agrotóxicos, "dizendo" para o produtor que se não colocar VENENO eu não compro.

Continuamos culpando nossos alunos pelo desperdício do uso de papel escolar (oriundos de árvores plantadas) e mostrando a eles como reciclá-lo, ao passo que fechamos os olhos para os desusos que se verificam em nosso latifúndios cercados com madeira nativa.
A gente não fala, porque não percebe, que os focos de fumaça dos fogões a lenha dos lares rurais e sub-urbanos de nosso país, aumentam numa relação direta com o aumento do preço do gás de cozinha e com o consumo de lenha nativa.
A gente, volta e meia, conta pros nosso alunos a estorinha do passarinho que tenta apagar o incêndio na floresta fazendo a sua parte independente dos outros e dos resultados alcançados. Caramba! Que exemplo de impropriedade, ignorância, individualidade e falta de feedback que estamos dando para eles!!!
A gente passa fome mas coloca a luva e recolhe, mata e elimina todos os caramujos africanos de carne deliciosa e nutritiva que se proliferam em nosso quintal, por conta de uma isteria coletiva acusando-o de transmitir doenças que a Fiocruz afirma que eles não transmitem. Fazemos isso por conta de destruírem florestas e plantações que nunca se confirmou. Tudo isso para que esses caramujos não dividam a nossa mesa e o mercado com os importados escargots franceses.
Eu me culpo e culpo meu pai por destruir a camada de ozônio, por continuar usando aquela geladeira e o ar condicionado velhos que deixam escapar o CFC, sem que se tenha comprovação científica dessa destruição, e assim contribuo para fortalecer o imperialismo norte-hemisferiano, pois se antes o Brasil não pagava hoyates na compra do CFC, agora paga para comprar os seus substitutos.

Eu me presto a incentivar os órgãos ambientais em transformar, da noite pro dia, meus compatriotas em criminosos ambientais por não encontrarem meios e modos de sobreviver de outra forma, mesmo que eu esteja me prestando também a conservar nossos recursos naturais produtivos para que os povos ricos possam usurpar-nos.

Eu recolho o óleo de soja usado e faço sabão, para não ir ralo abaixo. E depois "lavo as minhas mãos" com o mesmo sabão que vai para o ralo junto com a soda cáustica, o corante, etc...

Abominamos o uso do fogo agrícola (queimada controlada) como a forma mais acessível ao pequeno produtor rural para renovação de sua lavoura, ao passo que ficamos todos EMBASBACADOS nos deslumbrando com milhares de toneladas de fogos de artifício sendo queimandos e expelindo gases tóxicos na atmosfera só para comemorar o ano novo, na beira da praia...
Eu não posso queimar meu lixo no meu quintal pois me acusam de liberar dioxinas e matar de cancer todos os meus vizinhos, além de contribuir para alterar o clima no planeta. Mas o vulcão ali no Chile pode liberar toneladas e toneladas de cinzas e gases tóxicos de toda sorte, sendo que, o que me incomoda são os atrasos nos vôos de avião que vão me levar, nas minhas férias, para Bariloche para eu poder ver a neve cair, cinza que seja...Que lindo...


Feita essa coleta, que tal fazermos uma verdadeira reciclagem???