segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

E agora depois da farsa do aquecimento global?



E agora que os cientistas estão admitindo que estamos entrando numa nova era glacial?
 
O mundo todo foi enganado, meu caro! E com a queda do muro de Berlim, o capitalismo passou a nadar de braçada!
O aquecimento global, o buraco na camada de ozônio, os níveis de CO2, os derretimentos das geleiras do ártico, fenômenos que sempre foram naturais e cíclicos; agora passavam a ser causados pelo homem.
E para fazer valer essa farsa algumas providências eram necessárias:
Legitimar essa farsa através do IPCC e da ONU.
Derramar grana sobre técnicos que se prestassem a defender essa farsa em seus projetos, e negar recursos aos que se opunham a isso.
Diretamente sobre o ambientalismo brasileiro também foram tomadas algumas providências pontuais:
Uma delas foi abrir a questão ambiental para a “massa”.  O que antes era tratado por especialistas, agora era de domínio da população leiga: A questão ambiental! Qualquer cidadão que se propusesse a recolher e exterminar um caramujo africano era considerado Ecologista! Salvem as baleias!!! Salvem os botos cor de rosa!!! Salvem os golfinhos!!! Salvem as tartarugas!!! Salvem os sapinho e os micos leões dourados!!! E injeta grana nas ONGs!!!
Enfim, o meio ambiente estava em tudo! Era tudo! E por ser tudo, se desfazia em nada!
No IBAMA, particularmente, trataram de encostar os Engºs Florestais e Agrônomos que sempre tratavam de desenvolvimento e produção. Era a vez dos Biólogos que se prestavam mais a se debruçarem sobre os microscópios, coleiras, pulseiras e radares para monitorar os sapinhos flamenguistas e correrem atrás das antas... sem se preocuparem com as questões sociais.
Passaram a cuidar dos bagres ao invés das hidrelétricas. Criar, de qualquer forma, as Unidades de Conservação sem se preocuparem com as populações tradicionais (atingidos pelos Parques). Cuidar das tartarugas em detrimento dos pescadores. Fabricar ícones e vender aos turistas com o suor da massa trabalhadora de mão-de-obra barata. E o projeto Tamar feliz da vida mostrando que com a venda das camisetas das tartarugas, nos shoppings centers, finalmente o pescador podia comprar um fogão e um aparelho de som! Maravilha de progresso social!!! Sem esclarecer que os grandes conglomerados  internacionais pesqueiros continuavam a matar milhares de tartarugas em alto mar...
E abriram concurso para Analista Ambiental do IBAMA onde só precisava ter o 2º Grau completo. Era o que faltava para os ecologistas invadirem os órgãos ambientais do governo. Bastava ter um “QI” alto, uma “consciência ambiental” e pronto. Estava estabelecida a nova ordem mundial: O preservacionismo!
Mas e agora? Como vai ser quando essa farsa se consolidar e o IPCC etc... caírem em descrédito? Com vai se comportar o mercado? O que será dessa indústria ambiental que gera muita grana? Como vão sobreviver aqueles que, feito rêmoras, comem as migalhas e sobras dos grandes tubarões? É esperar para ver, meu caro! Esperar!
Mauro Zurita Fernandes - Geógrafo

quinta-feira, 28 de março de 2013

Para pensar o desenvolvimento sustentável

Interessante essa questão da "Visibilidade" identificada por Marcel Bursztyn no livro "Para Pensar o Desenvolvimento Sustentável", ao se referir às ações ambientais dos Órgãos do Estado numa tendência de desvio do foco dessas ações dos fins para os meios, dos atos para os atores, causado segundo ele, pelo efeito colateral do crescimento vertiginoso da consciência sócio-ambiental. Um bom exemplo disso é o caso do criadouro comercial de javalis instalado dentro e no entorno de várias Unidades de Conservação estaduais e municipais em Nova Friburgo/RJ.

Quem tem a oportunidade de ler os processos de licenciamento, de solicitação de supressão de vegetação e de Auto de Infração referentes ao caso, percebe que trava-se na verdade uma guerra de atribuições de responsabilidades, entre todos os atores envolvidos, enquanto que o problema em si (Javali x Bioma - ou seja: a atividade comercial versus proteção ambiental) vai sendo preterido.

Outra questão interessante que o autor coloca muito bem nesse livro é o processo suigeneris de criação da SEMA e do IBAMA e o seu papel centralizador das políticas ambientais inclusive de setores produtivos, num contraponto com o neoliberalismo praticado com mais ênfase nos últimos 15 anos, promovendo o seu enfraquecimento, deixando perplexo o Estado que se vê no "dilema shakesperiano" (Ser ou não ser atribuição do setor público).

Então a gente começa a entender que esses mecanismos burocráticos do dia a dia da Instituição no trato das demandas sócio-econômicas do IBAMA, e eu volto ao caso dos Javalis, está inserida nesse modelo caótico de gestão cujos atores envolvidos assimilando as incongruências do processo, passam a responder no mesmo grau de ineficiência, permitindo assim que as questões de interesses setoriais fortes possam se sobrepor aos interesses ambientais.

A questão dos transgênicos e o surgimento do Instituto de Florestas vem explicar um pouco esse processo que quer nos mostrar que talvez estejamos vivendo o momento de retomada da visão empresarial do uso dos recursos naturais.
Assim, enquanto o governo não promover uma ampla reforma das Instituições públicas definindo seus papéis nesse novo contexto político, restará a todos nós caminhar no meio desse pântano de solo instável onde uma e outra pedra, podendo ceder a qualquer peso mais incisivo, poderá levar o incauto aventureiro para um chão de lamas.

É preciso dar uma Identidade ao IBAMA e definir claramente o seu novo papel no atual quadro político brasileiro. E isso só poderá ocorrer quando o Governo definir claramente qual o seu papel nesse contexto.

Mauro Zurita Fernandes
Analista Ambiental/IBAMA-Nova Friburgo/RJ.

Novembro de 2004.
 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Lambari ou peixe graúdo?

"pegar lambarizinho é muito mais fácil que pegar peixe graúdo".
"até agora a polícia está prendendo apenas os peixes miúdos enquanto os graúdos
estão soltos." Luiz Inácio Lula da Silva - Presidente do Brasil / 27/03/2003.
O GLOGO - 28/03/2003 pág. 4
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"A vez do socioambientalismo"

A relação homem - recursos ambientais assume algumas particularidades e está diretamente ligada às classes sociais e conseqüentemente à forma como se processa essa relação.

A população pobre, que geralmente mantém uma relação de ponta, direta e efetivamente alteradora do meio natural, que se situa na base da pirâmide social, é a que está, e sempre esteve, mais exposta ao raio de ação das Instituições ambientais fiscalizadoras. (Veja que no tráfico de animais silvestres, por exemplo, a grosso modo, o pobre captura/transporta, o médio distribui e o grande coordena). E os Órgãos ambientais não possuem capacidade técnica, nem o costume cotidiano em suas ações, de tentar atingir o topo dessa pirâmide.

Prendem-se o peão que corta o mogno e não o Barão exportador.  Multam-se o produtor rural, posseiro, meeiro, e não o latifundiário residente na capital. Multam-se quem captura, transporta o animal silvestre e não aquele que exporta e/ou recebe lá fora, a carga.

Um parêntese: (No contraponto, porém ainda numa política protecionista dos mais
privilegiados, aparece agora a figura da pessoa jurídica. 50 milhôes que incidem sobre o nosso Petróleo, pois não se podem multar os responsáveis físicos poluidores de uma baia.)

Essa relação do pobre com o meio ambiente geralmente é vital. É embasada em modos de sobrevivência. É uma forma da qual ele não tem como abrir mão, visto que não há, à sua disposição, meios alternativos nessa relação para a qual ele possa migrar.

Assim essas classes menos favorecidas têm sido, desde muito tempo, o alvo natural, e mesmo inconscientemente preferido dessas Instituições ambientais de fiscalização.

Se somarmos a isso, a nova Lei de Crimes Ambientais que, de certa forma, sob uma ótica oblíqua de seu entendimento, potencializa as penas e multas nesse segmento, poderemos imaginar o poder de destruição de uma classe social que se pode produzir a partir de um projeto de execução leviano alimentador de injustiças.

Sinceramente, me recuso a imaginar que o IBAMA criou a classe de Analistas Ambientais dando-lhes poderes de fiscalização, que não seja para revolucionar esse atual modelo de fiscalização arcaico e decadente.

Por uma fiscalização mais técnica!

Mauro Zurita Fernandes

Em 2008.