sexta-feira, 21 de março de 2008

As bases frágeis de um ambientalismo

AS BASES FRÁGEIS DE UM AMBIENTALISMO

Nos últimos trinta anos pudemos assistir à uma avassaladora avalanche de argumentos sofistas sobre o meio ambiente pregando o fim do mundo e abrindo mercado para seus "remédios" curativos do mal anunciado.

Obviamente que esses filósofos estudiosos e versados em determinados assuntos, dotados de uma oratória invejável, mesmo que muito pouco embasados cientificamente, têm tido grande sucesso em desconsiderar os conceitos científicos construídos durante séculos, impondo seus ceticismos aos povos, subjugando toda uma comunidade internacional.

"(...)Nada se ganha atemorizando as pessoas. As previsões alarmistas que fazem crer que o mundo está próximo ao fim, evidentemente, não conduzem ao planejamento e às medidas de longo prazo exigidas pelo desenvolvimento sustentável.(...)" UNESCO-1999.

E esse ceticismo científico inconsistente, que felizmente deixa transparecer essa fragilidade às mentes mais reflexivas, se verifica em todos os níveis do conhecimento humano, iniciando-se pela Antropologia quando da percepção do planeta enquanto organismo frágil e dependente das conseqüências da ação do homem, até atingir o seu mais contundente contra-senso onde o homem passa a ser a peça frágil, vendo ameaçada a sua sobrevivência num planeta, agora considerado forte o suficiente para gerar catastrofismos inevitáveis.

Nesse quadro de incoerências sofismáticas, ora o homem é tratado como forte o necessário para destruir seu frágil meio em que vive, ora é considerado incapaz de corrigir as ameaças naturais que se lhe impõem, advindo de uma natureza, não mais tênue, porém avassaladoramente forte, vingativa e satânica.

Quem estuda as Geociências sabe que a Terra sofre ciclicamente o processo natural da glaciação onde boa parte do planeta tem alterado seu clima. Assim o resfriamento de determinadas regiões, o derretimento das calotas polares e a desertificação de áreas antes úmidas também fazem parte desse rol de conseqüências, que obviamente se estendem muito além do que aqui propomos extrair.

"Uma das minhas preocupações é que o assunto já está sendo tratado nos livros de Ciências que as crianças usam e parece que vamos formar uma geração inteira, ou mais, baseados em afirmações , ou "dogmas", sem fundamento científico" - Luiz Carlos B. Molion -Prof. Phd do Dep. de Meteorologia da UFAL.

A Geologia nos mostrou que as atuais reservas de carvão mineral, por exemplo, originárias no período geológico do Carbonífero, surgiram, de uma doação espontânea da Natureza, de suas biodiversidades, à fenômenos naturais exógenos e endógenos suficientemente fortes para sucumbi-las.

E a despeito dessa destruição inimaginável que a natureza processa naturalmente contra si mesma, com uma energia que o homem tenta copiar mas não consegue, assim mesmo, a vida se impõe e surge cada vez mais adaptada e complexa. E assim o faz simplesmente porque a Terra foi feita para a vida e não para a morte. Não se morre se não for para viver novamente e melhor.

Assim a Biologia nos empresta o saber que em um ambiente de vida bastante diversificado, a taxa de mortalidade dessas espécies deve obrigatoriamente ser alta o suficiente para impulsionar novas vidas sempre melhores e mais adaptadas ao meio. E nesse aspecto percebe-se que o homem têm tido a preocupação em manter preservada a biodiversidade, interrompendo seu ciclo de nascimento e morte simplesmente por interesses econômicos e não pelo aprimoramento das espécies, da vida, no planeta.

A Teologia nos ensina que os humanos primitivos atribuíam aos Deuses, mensageiros do Universo, todos os fenômenos naturais dos quais não conseguiam extrair uma razão convincente.

Hoje a Sociologia alerta que nós, os seres superiores, já desautorizamos nossos Deuses, colocando em nós mesmos essa culpa, porém contraditoriamente estamos nos entregando, sob nossas convicções pouco científicas, aos fenômenos da natureza como fossem eles os novos Deuses agora muito mais próximos de nós a nos cobrar o fardo da vida em sociedade.

"A CAPACIDADE DE DESCOBRIR O QUE É CERTO DO QUE É ERRADO ESTÁ NA RAZÃO E NÃO NA SOCIEDADE" Sócrates - 400 aC.

Fico satisfeito se esse pequeno texto servir de reflexão (por Mauro Zurita Fernandes)